quinta-feira, novembro 30, 2006

O teatro do mundo


Hoje, pela tarde velada
uma mulher, velha
foi cremada.


Há pouco, poucochinho,
nasceu um menino.
Os pais, premunidos
nomeram-no "Salvador"!


Desígnios (in)sensatos
carregam os nomes!


O poeta dixit:
-"Morrer é só deixar de ser visto."


Tempestiva exactidão
encerrou o poeta
nesta humana asserção!


A mulher cremada
que se foi
não mais será vista.


O "neno"
o nasciturno
será mostrado
redentor da humana espécie!


E assim figurámos
na morte
e no nascer,
o teatro do mundo
e da Humanidade!


Albergaria

terça-feira, novembro 28, 2006

Hoje apeteceu-me!


"Canto as armas e o varão que nos primórdios veio das costas de Tróia para Itália e para as praias de Lavínio, fugitivo por força do destino, e muito padeceu na terra e no mar por violência dos deuses supernos, devido ao ressentimento da cruel Juno; muito também sofreu na guerra, até fundar uma cidade e introduzir os deuses no Lácio; daqui provêm a raça Latina, os antepassados albanos e as muralhas da grandiosa Roma."

E já está. Assim começa a aventura de Eneias, em debandada de Tróia, escapando aos ditames da Guerra e aos percalços da viagem...

No tempo do Imperador Octávio Augusto, um notabilissimo poeta, Virgilio, decide "construir" (ao modo futuro de Camões para a epopeia maritima de quinhentos)uma poema para narrar o nascimento de Roma, a imperial, a bela, a sumptuosa, a imensa e, depois, a decadente.

Os mitos fundadores são persistentes e, quando contados à maneira de Homero, vivem eternamente e permitem recordar, por milénios, a memória do heróis, dos pusilânimes, dos eruditos, dos poetas, dos filósofos, dos deuses e da galeria mitológica persitentes.

Hoje, num tempo voraz, veloz,onde se consome TUDO e tudo é descartável, que conforto e que apaziguamento encontrámos nestas imorredouras ´páginas de Virgilio: voltem em elas, às de Homero tambem e às de Cicero, e porque não às de Ovidio e ao sentencioso Horácio.

Não vos pareça pretensão descabelada esta diatribe literária, mas sabe tão bem voltar às fontes primordiais!

Albergaria

quarta-feira, novembro 08, 2006

Que bom ler o amigos!


Gostei desse grito: salvem o blog. Ou, citando:"não deixem morrer o blog".

É verdade que, todos os dias, nascem e morrem blog's.

É exacto que campeia, hoje em dia, uma discussão brava sobre o espaço da blogoesfera: é um espaço de cidadania activa?...é um território de democracia directa?...é um terreno pantanoso, onde impera a irresponsabilidade, a sordidez do anonimato, a ininputabilidade dos cobardes?...

Eu creio que é tudo isto - e ao mesmo tempo.

Contudo, pelos nossos blog's posso eu discorrer, a nossa experiência bloguista é um pedaço mais do que tudo aquilo que referi.

Nós cultivámos aquele espirito de meados do século passado, a tertúlia de café, de bairro, de rua, de prédio,literária, política, cultural e cultual. O blog permite-nos, quando o queremos, manter a tertúlia viva, refrescada e quase on-line.

Permite-nos ainda partilhar gostos e desgostos, opiniões e palpites, preconceitos e ingenuidades, generosidades e alguma maldicência e cultuar o saber, o fino trato, a elegância da frase e do poema...e do chiste!

Assim tem sido e assim há-de continuar a ser, por muito tempo!

Eu tenho-o assumido pelo gosto da amizade fraterna, pelas cumplicidades literárias e do saber e, sobretudo pelo sabor da escrita e, ainda e também, pelo prazer de me ver "publicado"! É um pequenissimo prazer, mas saborei-o, sempre, com mor deleite.

Por aqui me quedo, com o firme propósito de continuar a escrever nesta casa que é nossa e, não por acaso, se nomeia Aqueduto Livre!

Albergaria

terça-feira, novembro 07, 2006

para reflectir:o desemprego da população juvenil


Em todo o mundo, 300 milhões de jovens vivem abaixo do limiar de pobreza
Um em cada quatro jovens em todo o mundo, cerca de 300 milhões de pessoas, vive abaixo do limiar da pobreza, segundo um relatório da Organização Internacional de Trabalho. O número de jovens entre 15 e 24 anos que estão desempregados aumentou de 74 milhões, em 1995, para 85 milhões, no ano passado, o que representa um crescimento de 14,8 por cento. Segundo a OIT, as taxas de desemprego nos jovens são apenas a ponta do iceberg dos problemas que os jovens enfrentam no mercado laboral e não oferecem uma imagem completa dos desafios por enfrentar. A população juvenil cresceu 13,2 por cento entre 1995 e 2005, enquanto a disponibilidade de empregos para este segmento da população só registou um crescimento de 3,8 por cento. Como consequência, os jovens desempregados representam 44 por cento do total de desempregados no mundo.
O documento regista também "um preocupante" aumento no número de jovens que não trabalha nem estuda. Na verdade, o acesso à educação continua a ser um problema para muitos jovens e o analfabetismo ainda é um desafio importante em muitos países em desenvolvimento.

AP

PS. NÃO DEIXEM MORRER O BLOG

Aqueduto Livre

Aqueduto Livre