segunda-feira, março 31, 2008

Frases & poemitas

"Sou amigo de Platão, mas amo a verdade!" Aristóteles.
"Só sei que nada sei." Sócrates
"Eu, nem isso sei." Pirro de Eleia


POETA MAIOR
A António Machado, poeta, maçon, sevilhano, andaluz, 26 de Julho de 1875, Sevilha a 22 de Fevereiro de 1939, Collioune/França.

Poeta, irmão
A tua terra,
Feita de mar,
Cerzida de verdes,
Paleta d’ocres,
Bordada a branco,
Pontilhada de negro,
Desenhou-te!

Impressiva, marcou teu “poemar”!

Pela campina,
Andaluza,
Ruminam toiros pelos pastos,
Para,
Soberbos, telúricos,
Estrelarem,
Quais actores circenses,
Em tardes,
Humanas,
D’heroísmo gratuito!

A tua poesia,
Luzeira,
Préclara,
Solar,
Semelha uma tarde d’Estio!


António,
Viveste o sonho republicano.
Partiste, destroçado,
À deriva,
Pelos trilhos funestos
Do amargo exílio.


Carregando a dor,
No colo de tua mãe,
Sucumbiste
De tristeza e saudade,
Nos caminhos parados
De “Collioune” a francesa.

António, meu irmão,
A tua memória atravessa
O arco-Íris da Espanha
Toda!

A tua poesia, poeta, essa
Vive no coração da humanidade

Toda!

António Machado,
Em teu louvor,
Seja esse o meu fado,
Eu, caminheiro audaz e sem pudor,
Hei-de reverdecer os antigos trilhos,
Caminhando,
Incipiente e inseguro,
Em silêncio, pela tua poesia

Toda!


Agosto 2006

José Albergaria

terça-feira, março 25, 2008

A beleza

la belleza
solo está
en los ojos
de quiem mira.

(CampoAmor)

segunda-feira, março 17, 2008

liberdades

sou a favor das manifestações quando elas pretendem que algo se mude, para melhor, ou melhor dito, para uma melhoria. Sou a favor das manifestações que tudo recusam, rejeitam e reivindicam liberdades individuais e comportamentais, como proibido proibir, a praia no asfalto, a avaliação pelo sotaque.

Sou a favor das manifestações que querem mudar. Custa-me a compreender as manifestações que querem manter o que está, sabendo que o que está não está certo estar e que há anos atrás combateram por estar. Lembro-me das decisões do Cardia, enquanto ministro da educação e que agora são defendidas, 20 anos depois, depois de tão criticadas, na rua, nas paredes, no parlamento e nos jornais. L'air du temps dá destas coisas.

Lembro-me da "geração rasca" que foi adulterada neste modelo educativo.

Já me custa a compreender manifestações com o gato escondido com o rabo de fora. Manifestações de conteudo de classe ou casta, mnifestações reclamadas de reivindicações meramente profissionais, expressam-se nas palavras de ordem, na expressão mediática como meras manisfestações políticas, do inclemente bota-abaixo, sem uma alternativa, um aceno do bota-acima.

Já muitas vezes, em 30 anos de Democracia ( quase sempre mais formal que participativa, mas sufragada no voto secreto, muitas vezes em contramão ao voto da rua) assistimos a este paradoxo: a ilusão do poder acreditar-se poder real.

O PCP, por exemplo,domina a Fenprof, tem capacidade organizativa, alimenta-se do resentimento, bajula a facilidade, apela ao estômago mais do que à cabeça e ao coração, o PCP, hoje um "produto menor" --nas suas propostas e não no seu direito-- da Democracia ( e não se esquecem os seus contributos para uma resistência ao fascismo, mas que nós, que saibamos, não vivemos no fascismo e as gerações mais novas já foram criadas nos vícios e virtudes da democracia), tem sempre combatido mais os governos de esquerda que os governos de direita, sejam eles liderados por Soares, Guterres ou Sócrates.

Tentar alguém dizer que o PCP, por ele próprio, e pela CGTP não manipulou a manifestação dos professores ou é ingenuidade ou condição de avestruz. Nenhuma organização de classe poderia colocar no Terreiro do Paço 100 mil pessoas. Para o PCP terá sido uma espécie de Festa do Avante! para docentes e afins.

Os professores querem ser avaliados mas ainda não agora. As vitórias de Pirro são proclamadas como grandes vitórias e nem sequer se lemram da célebre frase do aristoircrat latifundiário siciliano de "O Leopardo" de Tommasi Lampedusa, quando diz: " `E preciso mudar qualquer coisa para que tudo fique na mesma".
O que é que a Fenprof e o PCP conseguiram mudar? A qualidade do ensino? A qualidade dos professores? A sua dignificação pedagógica? A sua maior intervenção na comunidade? Ou tratou-se de uma mera reivindicação laboral escondida numa não muito trasparente reivindicação à avaliação, híbrida nas suas vertentes pedagógica e salarial?

( Zé, não sei como é que isto vai chegar ao blogue, pois perdi a primeira versão e não sei se esta chega emcondições. Coisas de aprendiz de blogue. Com o treino vamos lá).
Pedro Castelhano




quarta-feira, março 12, 2008

O sal e a pimenta

Contrariamente a um mito instalado, o sal e a pimenta não têm, ab initio, a intenção de fornecer sabores acrescidos aos alimentos.


A sua importância situava-se, antes da congelação e dos frigorificos, na necessária, quanto vital, urgência na preservação dos alimentos.


Daqui decorreu, durante anos, décadas, séculos mesmo, o enorme papel que o sal teve na nossa economia, nas nossas exportações, na nossa balança comercial.


A epopeia dos Mares, as descobertas, a Expansão marítima, assentou, precisamente, na demanda das especiarias, não para temperar, mas, ao invés, para preservar.


Hoje, o significado virou significante, alterou-se a qualidade da coisa.


Ao misturar o sal, a pimenta, nos produtos alimentares, naqueles idos do medievo, iniciou-se um processo de alteração nos sabores, na textura e no modo de degustar as comidas.


Hoje tem-se em conta o sal nas doenças do século: as hipertensões, os AVC, as maleitas das coronárias, o colesterol e tuti et quanti!


Mas este post não visa, longe disso, circundar a alimentação, os gostos e sabores e, menos ainda, perorar sobre saúde.


As relações humanas carecem, como aprendi nas teorias sobre comunicação e relações interpessoais, de uma dose de tensão, de conflitualidade, de algum sal e pimenta, que renovam e trasmutam as qualidades do próprio relacionamento, de amizade, de companheirismo, de camaradagem, de amor, até.


Quando a relação está confusa ou até mortiça, acrescenta-se um pouco de sal, pimenta a gosto e deixa-se (por vezes é aconselhável, em lume brando, para não se perderem os sucos e as propriedades das matérias primas...


Mas ele há casos, em que já não basta o sal e a pimenta. É necessário outro tipo de condimentos: humildade, frontalidade, lealdade, e, sobretudo, um entendimento universal sobre categorias que são "absolutos", sendo a AMIZADE um deles.


Basta de gastronomia!


José Albergaria

terça-feira, março 11, 2008

E, uma vez mais, a AMIZADE...


AMIZADE

Na vida, nos seus sobressaltos,
Tropeçámos, a cada passo;

No amor, nos seus solavancos,
Tropeçámos, a cada curva;

Na política, nos seus ziguezagues,
Tropeçámos, em cada ciclo;

Na fé, nas suas igrejas,
Tropeçámos, por cada conversão;

Na guerra, nas suas funestas misérias,
Tropeçámos, malgrado o nosso não querer;

Na amizade, amor fraterno,
Tropeçámos, é certo, mas
Nos alevantámos
Sempre!


Agosto 2006


José Albergaria

E porque hoje é terça-feira (dia em que festejamos a amizade) apetece-me falar de Escola Pública...

Pelas terças-feiras, festejamos a amizade em luzidia tertúlia.

Na tertúlia tudo se questiona, tudo se discute, todas as certezas se tornam relativas.

Respeitamos TODAS as singularidades, TODAS as opiniões, todas as sensibilidades.

Falámos do Sócrates, falámos da Saúde, da Educação, da Segurança.

Não gostámos deste Ministro, daquele Secretário de Estado, daquele Director Geral.

Gostámos de literatura, de cinema, de história e, também, de "gajas", de bom vinho, de boa comida e de viagens.

Discutimos, bastas vezes, como salvar a Pátria.

Mas, como dizia o outro, só nos falta mesmo é "salvá-la!"

Mas, na NOSSA tertúlia, como aqui, neste blog, que agora se recentrou, exclusivamente, para os seus "fundadores", há coisas que não têm discussão, que são ABSOLUTOS:

1/ A LIBERDADE!

2/ A AMIZADE!

É por amor a estes dois princípios indiscutíveis e incontornáveis que temos a LIBERDADE (e o fazemos consistentemente) de escolher os NOSSOS amigos!...

José Albergaria

PS - Não falei de Escola Pública?...impúdico esquecimento!

Hoje já não me calha.

A amizade é SEMPRE mais importante do que TUDO o resto e, mesmo, a SOMA da vida.

sexta-feira, março 07, 2008

Uma ladainha que eu muito gosto

"Chi vó non pó
Chi pó non vó
Chi fá non sá
Chi sá non fá
E cosi vá il
Mondo molto male..."


De autor que eu desconheço.

José Albergaria

Pessimismo versus optimismo

Nestes tempos em que o principio da incerteza e as insanidades dominam os povos, os estados e apoderam-se muitas das vezes dos líderes nacionais, este confronto dual, entre optimistas e pessimistas, adquire contornos impressivos.

Há até aquele trocadilho que vem sempre a calhar nesta disputa entre a qualidade do PESSIMISTA e a bondade do OPTIMISTA:

1- O optimista é um pessimista bem informado;
2- O pessimista não passa dum optimista bem informado.

As abordagens à realidade mutante e actual, podem fazer-se de modos vários.

É, sempre, possível falar e/ou escrever sobre qualquer assunto a partir de sensações, sentimentos, insuficiência de informação. No entanto, em temas de melindre, polémicos, em torno dos quais se foram segregando demasiados preconceitos, é de todo aconselhável prudência e, sobretudo, bom senso.

Ele há entusiasmos que nos levam, quando confrontados, por exemplo, com a História e a historiografia existente sobre o TEMA, a becos sem saída e, às vezes, nos empurram mesmo para uma certa impertinência e agressividade gratuíta.

A questão israelo-arabe, ou, mais precisamente, o confronto belicista israelo-palestino (os antigos filisteus da Biblia)é um desses casos, em torno do qual, recorrentemente, se dizem e fazem muitos disparates...

Quando nos remetemos ao nosso silêncio de incompetência e ignorância...tudo bem! Mas quando falámos, sem termos medo do ridículo,ou de modo irresponsável, aí já a porca torce o rabo.

Como dizia o romântico alemão, que tão bem versificou o "demónio", na alegoria do Dr. Faustus: "Nada é mais terrível que uma ignorância activa", Johann Wolfgang von Goethe.

Com pessimismo me despeço (porque o futuro futurável não se recomenda..)e com optimismo me subscrevo (porque acredito na humana Humanidade...),

José Albergaria

quarta-feira, março 05, 2008

Cruzeiro Seixas: poeta & pintor

Cruzeiro,
Vezeiro, useiro.
Cruzado
Usado, dado.

Seixas,
Seixo, rolado,
Lado.

Aix-en-provence,
Matisse,
Tisse,
« O Labirinto da Saudade »,
Mínima figura,
Zero Moldura.

Mestre,
“Mores maior”,
Versilibrismo,
Surrealismo.

Cruzeiro,
Estro mor,
Primeiro, poeta rimático,
Seixas
Pintor prismático,
Em campina d’ameixas.

José Albergaria