quinta-feira, novembro 30, 2006

O teatro do mundo


Hoje, pela tarde velada
uma mulher, velha
foi cremada.


Há pouco, poucochinho,
nasceu um menino.
Os pais, premunidos
nomeram-no "Salvador"!


Desígnios (in)sensatos
carregam os nomes!


O poeta dixit:
-"Morrer é só deixar de ser visto."


Tempestiva exactidão
encerrou o poeta
nesta humana asserção!


A mulher cremada
que se foi
não mais será vista.


O "neno"
o nasciturno
será mostrado
redentor da humana espécie!


E assim figurámos
na morte
e no nascer,
o teatro do mundo
e da Humanidade!


Albergaria

terça-feira, novembro 28, 2006

Hoje apeteceu-me!


"Canto as armas e o varão que nos primórdios veio das costas de Tróia para Itália e para as praias de Lavínio, fugitivo por força do destino, e muito padeceu na terra e no mar por violência dos deuses supernos, devido ao ressentimento da cruel Juno; muito também sofreu na guerra, até fundar uma cidade e introduzir os deuses no Lácio; daqui provêm a raça Latina, os antepassados albanos e as muralhas da grandiosa Roma."

E já está. Assim começa a aventura de Eneias, em debandada de Tróia, escapando aos ditames da Guerra e aos percalços da viagem...

No tempo do Imperador Octávio Augusto, um notabilissimo poeta, Virgilio, decide "construir" (ao modo futuro de Camões para a epopeia maritima de quinhentos)uma poema para narrar o nascimento de Roma, a imperial, a bela, a sumptuosa, a imensa e, depois, a decadente.

Os mitos fundadores são persistentes e, quando contados à maneira de Homero, vivem eternamente e permitem recordar, por milénios, a memória do heróis, dos pusilânimes, dos eruditos, dos poetas, dos filósofos, dos deuses e da galeria mitológica persitentes.

Hoje, num tempo voraz, veloz,onde se consome TUDO e tudo é descartável, que conforto e que apaziguamento encontrámos nestas imorredouras ´páginas de Virgilio: voltem em elas, às de Homero tambem e às de Cicero, e porque não às de Ovidio e ao sentencioso Horácio.

Não vos pareça pretensão descabelada esta diatribe literária, mas sabe tão bem voltar às fontes primordiais!

Albergaria

quarta-feira, novembro 08, 2006

Que bom ler o amigos!


Gostei desse grito: salvem o blog. Ou, citando:"não deixem morrer o blog".

É verdade que, todos os dias, nascem e morrem blog's.

É exacto que campeia, hoje em dia, uma discussão brava sobre o espaço da blogoesfera: é um espaço de cidadania activa?...é um território de democracia directa?...é um terreno pantanoso, onde impera a irresponsabilidade, a sordidez do anonimato, a ininputabilidade dos cobardes?...

Eu creio que é tudo isto - e ao mesmo tempo.

Contudo, pelos nossos blog's posso eu discorrer, a nossa experiência bloguista é um pedaço mais do que tudo aquilo que referi.

Nós cultivámos aquele espirito de meados do século passado, a tertúlia de café, de bairro, de rua, de prédio,literária, política, cultural e cultual. O blog permite-nos, quando o queremos, manter a tertúlia viva, refrescada e quase on-line.

Permite-nos ainda partilhar gostos e desgostos, opiniões e palpites, preconceitos e ingenuidades, generosidades e alguma maldicência e cultuar o saber, o fino trato, a elegância da frase e do poema...e do chiste!

Assim tem sido e assim há-de continuar a ser, por muito tempo!

Eu tenho-o assumido pelo gosto da amizade fraterna, pelas cumplicidades literárias e do saber e, sobretudo pelo sabor da escrita e, ainda e também, pelo prazer de me ver "publicado"! É um pequenissimo prazer, mas saborei-o, sempre, com mor deleite.

Por aqui me quedo, com o firme propósito de continuar a escrever nesta casa que é nossa e, não por acaso, se nomeia Aqueduto Livre!

Albergaria

terça-feira, novembro 07, 2006

para reflectir:o desemprego da população juvenil


Em todo o mundo, 300 milhões de jovens vivem abaixo do limiar de pobreza
Um em cada quatro jovens em todo o mundo, cerca de 300 milhões de pessoas, vive abaixo do limiar da pobreza, segundo um relatório da Organização Internacional de Trabalho. O número de jovens entre 15 e 24 anos que estão desempregados aumentou de 74 milhões, em 1995, para 85 milhões, no ano passado, o que representa um crescimento de 14,8 por cento. Segundo a OIT, as taxas de desemprego nos jovens são apenas a ponta do iceberg dos problemas que os jovens enfrentam no mercado laboral e não oferecem uma imagem completa dos desafios por enfrentar. A população juvenil cresceu 13,2 por cento entre 1995 e 2005, enquanto a disponibilidade de empregos para este segmento da população só registou um crescimento de 3,8 por cento. Como consequência, os jovens desempregados representam 44 por cento do total de desempregados no mundo.
O documento regista também "um preocupante" aumento no número de jovens que não trabalha nem estuda. Na verdade, o acesso à educação continua a ser um problema para muitos jovens e o analfabetismo ainda é um desafio importante em muitos países em desenvolvimento.

AP

PS. NÃO DEIXEM MORRER O BLOG

Aqueduto Livre

Aqueduto Livre

quarta-feira, outubro 04, 2006

Ainda e sempre...a RELIGIÂO!


Em veneração a José Leite de Vasconcelos e como modo de intervir neste necessário diálogo e urgente aliança entre civilizações, mas também nesta "disputa" entre religiões, deixo-vos aqui uma notável transcrição do livro, daquele autor, "Religiões da Lusitânia":

"Ninguém duvida que, no viver de um povo, um dos elementos mais importantes é a religião.

Domina os actos mais simples, como os mais complicados; tanto leva ao heroísmo como ao aviltamento; por ela se luta, e por ela se morre.

Limitada ao que nela há de poético, é como um luar que alumia a consciência dos crentes, e os mantém em paz; transformada em fanatismo, origina todos os horrores, e infunde aos que a abraçam instintos de feras.

Medianeira entre o natural e o sobrenatural, produz nos homens uma espécie de abstração da realidade, em que eles, pelo misticismo, se tornam loucos, ou se julgam inspirados.

Quantos bens podem atribuir-se à religião!

Quantos males a não têm por causa!"

Fim de citação.

Albergaria

terça-feira, outubro 03, 2006

Se um Arsenal incomoda...dois arsenalistas!?...

É com um misto de ternura e de algum egoismo clubístico que me lanço nesta "brincadeira".

Agora o que é de "espantação", mesmo de ficarmos boquiabertos: 2 derrotas seguidas do fequepê, e logo de dois arsenalistas...não passaria pela cabeça do mais do empedernido benfiquista.

Mas aquilo que é (que foi) tem muita força e não há volta a dar!

Aos portistas, convictos e menos militantes, desejo bons resultados europeus e...menos bons nas lides nacionais.


Albergaria

sexta-feira, setembro 22, 2006

O Fernando Carneiro, desta vez, PASSOU-SE...completamente!


Eu, porventura, deverei ser o mais recente amigo do Fernando.

Talvez seja o que em menos boas condições estarei para dele falar.

Não é esse o exercício que me proponho.

Quero antes "exorcizar" o facto de nunca mais poder ver o Fernando e ouvi-lo, tremendista, zurzir nos que andavam mal na Maçonaria.

O Rogério trouxe-o (assim como ao Grego e ao Bandarra) à nossa tertúlia Mapriliana, ainda.

O pouco convivio que com ele tive bastou para perceber duas coisas fundamentais:

A-Que ele gostava de mim e que me honrou com a sua amizade;
B-Que eu muito gostei dele.

O Fernando tinha características que o fizeram único no seu vivenciar e que eu cedo me apercebi:

1- Era um homem de enorme carácter e mau feitio;
2- Sempre, amigo de seu amigo;
3- Sem vaidades mundanas e dum despojamento total;
4- Duma enorme coragem fisica, associada, sempre, a uma moral impoluta;
5- Duma honradez e probidade únicas;
6- Duma lealdade que roçava a perfeição;
7- Tremendista e de constantes rupturas...;
8- Duma fraternidade perfeita, sempre praticada, na perspectiva que o António Arnaut sublinhava: "Fraternidade é a solidariedade com amor!"

Guardo dele a memória duma aura de tranquilidade,de alegria primaveril e de preocupação com a "casa", como ele dizia do Palácio do Grémio Lusitano.

O Rogério, uma vez mais, levou-me, de surpresa, a almoçar com o Fernando. Fomos a uma esplanada, ali para Belèm. Comemos sardinhas e bebemos um belo tinto. O Fernado ainda bebeu um Whisk. Era Abril e os pólens andavam em desatino, o que nos fazia espirrar em ridiculo frenesim!

Fui sabendo dele, do seu fenecimento fisico, mas sempre preocupado com a "casa".

As noticias que o Rogério nos trazia - anunciavam o desfecho que ocorreu a 16 de Setembro de 2006: o Fernando iniciava o caminho para o Oriente Eterno,lugar onde a luz nunca esmorece!

Para nós, maçons, acreditámos que o Fernando começou um novo caminho, caminhando em direcção ao absoluto, através duma heuristica perfeita que permite a descoberta da verdade absoluta, da palavra perdida,do Santo Graal da Humanidade.

Desta vez, o Fernando PASSOU-SE completamente.

Como disse o Fernando Pessoa "morrer é só deixar de ser visto".

Nunca mais veremos o Fernando Carneiro, mas pelas recentes experiências, o Fernando merece estar SEMPRE entre nós. Terça-feira, no Porcalho, lá esteve ele na tertúlia amadorense. Soube que o viram, quinta-feira passada, na tertúlia moçambicana, na Tia Matilde...

Os homens, como o Fernando Carneiro,não morrem, não se esquecem...são perenes...como a Maçonaria a quem ele tanto venerou e a quem ele tanto deu (sem nunca nada dela requisitar...).

Lá, no Oriente Eterno onde, de certeza, já te recompuzestes do cansaço que, recentemente, te abalou já participas em animadas discussões...espero que bebas uns quantos copos à saúde dos teus amigos, nos quais modestamente me incluo.

Bem hajas, meu Ir:.pelo que contigo aprendi e pela amizade com que me honrástes.

Um triplo abraço fraterno,

Albergaria

quarta-feira, setembro 13, 2006

A morte do Senhor MAPRIL

Por um dia de Verão, de um qualquer ano passado, deambulavámos, eu e o António, em demanda dum lugar para refeiçoar.

Tropeçamos, nesta demanda, numa cave esconsa, aonde se acedia por escada vetusta. O lugar era meio lúgubre, semeado de mesas, dalguns armários, de balcão antigo e uma Registadora saída da década de sessenta do Século XX.

Amesendamo-nos e, no tempo dum ai, prantou-se, garboso, ao nosso lado, sujeito um pedaço untuoso (mais gordo de carnes, de andar cansado, arrastado...), propondo-nos uma suculenta ementa. Comemos, bebemos, gostámos e voltámos...um sem fim de vezes.

Entretanto, construimos uma tertúlia, de geometria variável, com um núcleo duro, mas ao qual se vieram, ao longo das semanas, acrescentando gente de imensa qualidade intelectual e, alguns, poucos, de enorme humanidade (de muito carácter e de moral impoluta).

O dia da refrega era às quartas-feiras (isto antes do nosso praeclaro edil se comprometer com a cidade e reunir nesse dia - quase em todas as semanas), passando, depois, para as terças-feiras.

Desta tertúlia resultaram muitas e importantes coisas. Virou mesmo Blog - o qual foi crismado de Sr. MAPRIL, em honra do dono daquele lugar de amesendação requintada e de comeres e beberes de muita qualidade.

Ao longo dos tempos fomo-nos afeiçoando ao Senhor (acima designado de untuoso...). Umas vezes zangados com os preços e com as distrações do Senhor, que nos tratava como se fossemos gente de enormes cabedais, mas que não nos perdoava nem um seitil!

Um sábado, igual a qualquer um destes dias, soubemos que tinha, o Senhor MAPRIL, vendido o BONDE.

De repente ficámos orfãos do lugar tertuliano.

Dias inteiros percorremos a cidade em demanda de lugar tertuliano, que nos merececesse. Hoje estamos apaziguados e temos já lugar agradável, de qualidade mastigatória.

Mas, ao que vem esta prosa, descozida, sem prosódia minima que a mereça aos olhos dos prováveis leitores?

No outro dia, o Rogério, apanhado de supetão, soube que: - O Mapril morreu!

Como dizia, e bem, o poeta:- Morrer é só não ser visto!

Pois, nunca mais poremos os olhos em cima do Sr. Mapril.


Quero, pois, terminando este prosear, dizer ao Sr. Mapril, lá onde estiver, que muito lhe agradeço aquele contentamento que resultava sempre da deglutição daquele cozido que nunca mais iremos saborear; aquele bola de coelho que era simplesmente divina; aquele rosbife, com alcaparras, que fazia o contentamento do Rogério; aquele leite creme, que fazia o meu contentamento...e aquele espectáculo de luz e sabores - que se derretiam daqueles impantes crépes Suzette!

Tudo isto e o mais que não recordo já - lho agradeço do fundo do coração, Senhor Mapril.

José Albergaria

domingo, agosto 20, 2006

Leitura de férias


Para os que gostam do género policial, uma obra despretensiosa, interessante retrato da Lisboa do primeiro quartel do século XX . Uma boa leitura de férias (ou para o que resta delas). Falo por mim

"O homem da Carbonária", de Carlos Ademar (campo das Letras)

AP

sexta-feira, agosto 18, 2006

The invisble pink unicorn

The Invisible Pink Unicorn (blessed be her holy hooves) is a fictional female deity in the form of a unicorn. The goddess was invented at the usenet discussion group alt.atheism as an alternative to other parody deities like Church of the SubGenius "J.R. Bob Dobbs" or Eris of the Discordianism. Quoting from the alt.atheism FAQ:
Like most Goddesses, she's invisible and highly unlikely to exist. However, there is much argument as to her exact colour, her shape and size, and other properties of her nonexistence. She burns with anger against theists, and allegedly grinds them beneath her holy hooves.
The "believers" famous sayings about faith in the invisible pink unicorn is that, like other religions, it is founded in science and faith. Science - that states that she must be invisible, since we cannot see her. Faith - because we know in our heart that the invisible pink unicorn exists. This is of course a parody of the theological reasoning of other religions

in Wilkipedia

por AP

quarta-feira, agosto 09, 2006

unicorónio invísível cor-de-rosa

The Virtual -Temple of the Invisible Pink Unicorn


"The Invisible Pink Unicorns is a being of great spiritual power. We know
this because she is capable of being invisible and pink at the same time.
Like all religions, the Faith of the Invisible Pink Unicorn is based
upon both logic and faith. We have faith that she is pink; we logically
know that she is invisible because we can't see her."


A.M.

terça-feira, julho 11, 2006

Do Abrupto


Quien so grande brevedad / Dessea ver gran sentencia...

Aunque recela no teme
El coraçón qu´es sin culpa,
Pues la verdad lo desculpa.

Si quiebra la lealtad,
Para tan fea rotura
No se halla soldadura.

Averiguado es y cierto
Que quien no sabe callar
No puede saber hablar.

La yra y la presteza
Al consejo son contrarias,
Y muy duras y adversarias.

Desconcierto yo no hallo
Que tanto me descontente
Como estar con ruin gente.

Lo que a tu amigo dieres
No lo temas ya perder,
Que tuyo siempre ha de ser.

El que merca muchas cosas
Sin haverlas menester,
Lo que cumple ha de vender.

Del ypócrita no fies,
Que a lo baxo el s´encara
Y en lo más alto despara.

Recela y huye más
La embidia del amigo
Qu´el odio del enemigo.

No hallo tierras agenas
Para [e]l qu´es fuerte varón,
Pues patria todas le son.

No dexes para después
Lo que bien luego pudieres,
Si tú sabio ser quisieres.

Nunca falta galardón
De virtud al virtuoso,
Ni de mal al malicioso.

(Trezientos proverbios, consejos y avisos muy provechosos para el discurso de nuestra humana vida. Compuestos por muy breve estillo por el noble don Pedro Luys Sanz, Doctor en derechos, advogado de la insigne ciudad de Valencia, etc

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segunda-feira, julho 10, 2006

Com a devida vénia ao Abrupto




A vazia sandália de S. Francisco



A gratidão da macieira e a amnésia do gato
nunca pautaram o curso dos meus dias.
“Fiquem onde estão!”,
foi a minha ordem para a macieira e para o gato,
ainda bem exteriores ao meu fraco por eles.


Salvei-os (e salvei-me!) de uma fábula
cuja moral necessariamente devia ser eu, o parlante
amigo de macieiras e conhecido de gatos.


Dá um certo desconforto malbaratar assim amigos
em dois reinos da natureza.
Mas também dá liberdade.


Há uma gente que desponta do outro lado do vale.
Está a correr para cá.
São os meus semelhantes.
Com eles vou desentender-me (mais que certo!),
mas a ideia que deles façoé ainda um laço.
Repousem em paz as macieiras e os gatos.

(Alexandre O'Neill)

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quinta-feira, junho 29, 2006

A Frederico Garcia Lorca


EL CRIMEN FUE EN GRANADA: A FREDERICO GARCIA LORCA

1. El crimen

Se le vio, caminando entre fusiles
por una calle larga,
salir al campo frio,
aún con estrellas de la madrugada.
Mataron a Federico
cuando la luz asomaba.

El pelotón de verdugos
no osó mirarle la cara.
Todos cerraron los ojos;
rezaron:!ni Dios te salva!
Muerto cayó Federico
-sangre en la frente y plomo en las entrañas-
...Que fue en Granada el crimen
sabed -!pobre Granada!-, en su Granada.


2. El poeta y la muerte

Se le vio caminar solo con Ella,
sin miedo a su guadaña.
-Ya el sol en torre y torre, los martillos
en yunque - yunque de las fraguas.
Hablaba Federico,
requebrando a la muerte. Ella escuchaba.
"Porque ayer em mi verso, compañera,
sonaba el golpe de tus secas palmas,
y diste el hielo a mi cantar, y el filo
a mi tragedia de tu hoz de plata,
te cantaré la carne que no tienes,
los ojos que te faltan,
tus cabellos que el viento sacudia,
los rojos labios donde te besaban...
Hoy como ayer, gitana, muerte mia,
qué bien contigo e solas,
por estos aires de Granada, !mi Granada!"

3.

Se le vio caminar...
Labrad, amigos,
de piedra y sueño en el Alhambra,
un túmulo al poeta,
sobre una fuente donde llore el agua,
y eternamente diga:
el crimen fue en Granada,!en su Granada!


António Machado
Poeta Andaluz
Poesias Completa
Editorial Espasa Calpe
Coleccion Austral
2003

Posted Albergaria

quinta-feira, junho 22, 2006

Equilíbrio e Indisciplina





"Varinas", de Mário Eloy



Para os que gostam, uma outra maneira de passar o tempo: visitar a exposição: Equilíbrio e Indisciplina, um olhar sobre a pintura portuguesa nos anos 1930-1940, que se encontra na Galeria Diário de Notícias, de 2 de Junho a 8 de Julho

O objectivo desta exposição, que integra 47 obras da colecção do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, e que, por feliz opção, se realiza num átrio desenhado por Pardal Monteiro e decorado por Almada, é mostrar a relação que os murais de Almada estabelecem com as obras dos pintores do seu tempo.
Uma vintena de anos – entre 1930 e final de 1940 – é o espaço escolhido pelo comisário da exposição para para caracterizar esta relação. Espaço de tempo privilegiado que nos permite ter a percepção da pintura portuguesa, neste periodo, que evolui de um modernismo, assente em fórmulas de equilíbrio, estilização e norma estado-novista, para fórmulas inovadoras, que representando, a ruptura, abrem novos caminhos para a expressão artística

Alcino Pedrosa

quarta-feira, junho 21, 2006

Mais uma beleza p'rá vista

Vejam-me bem esta belissima quão magnifica imagem. Viajem, por favor, no esplendoroso portal do astrónomo e gozem, em cada dia, da beleza do cosmos que, com a tecnologia dos Hubble e primos da NASA e da ESA, nos é servido numa bandeja, para deleite da vista e da imaginação.

Albergaria

O futebol leva-nos tudo:a energia, a disponibilidade e criatividade

É um titulo bué de negativo, mas reflecte bem, creio eu, o ar dos tempos!

Veja-se os jornais d'hoje: só dá mesmo bola!

Isto explica a ausência dos meus manos bloguistas? A minha ausência não será só por esta mera circunstância, mas que me tem ajudado a preguiçar, lá isso é verdade.

Hoje apetece-me dar-vos noticias das nossas tertúlias:

1/O António Moreira anda com uma disposição e um estado d'alma que já há muito tempo não se deixavam ver;

2/O Rogério Rodrigues produziu um notabilissimo texto sobre Ética, num quadro de espiritualidade singular, mas que, se adaptado, poderia dar um "insert" no nosso Aqueduto;

3/O João Grego anda super feliz: tudo (que sei eu, para este absoluto TUDO...)lhe corre de feição e a maré vai alta;

4/O Alcino continua o seu processo criativo que visa um doutoramento d'excelência e que, brevemente, se concretizará;

5/O Vitor Bandarra vai de vento em proa com os seus projectos africanistas: em breve teremos noticias das "colónias".

Quanto a mim...estou bem muito obrigado e não me queixo, nem do fisico, nem da alma e, sobretudo, bendigo-me pela amizade com que os meus caros amigos me brindam, em cada terça-feira e nos outros dias todos!

Albergaria

segunda-feira, junho 05, 2006

Coisa rara e...possível de ver!



Esta imagem, em cor falsa, do planeta Júpiter regista a ocorrência de um eclipse triplo, um evento relativamente raro, mesmo para um planeta gigante com muitas luas.

A imagem, obtida pela câmara de infravermelhos do Telescópio Espacial Hubble, mostra as sombras dos satélites Ganimedes (à esquerda da imagem), Calisto (à direita) e Io (ao centro).

O próprio Io é visível como uma pequena mancha branca perto do centro da imagem, estando o azulado Ganimedes por cima, à sua direita. Calisto está demasiado à direita, fora do campo de visão da imagem.

Albergaria

quinta-feira, junho 01, 2006

rogrod

é só para vos avisar que consegui descobrir o caminho das pedras e, portanto, podem começar a contar comigo. entre minudências e frivolidades, prometo não falar mal do carrilho nem dizer bem dos poemas do alegre. Prometo também não vos incomodar muito com o meu camilo, nem fazer do iberismo uma arma de arremesso. Prometo, a propósito, não citar antero de quental. E tambén não abusar da sintaxe e pontuação de Saramago que eu sou admirador, mas não plagiador, do Gabi ( Rafael Márquez). gostaria era de vos comunicar que, na minha terra, a amêndoa está bonita e a cereja que se come nos restaurantes não é espanhola. e há restaurantes, como o Bruíço, em Fozcoa ( bruíço é um regionalismo que significa uma pedra mais ou menos bruta --longe vão as interpretações-- onde as mulheres, nos noites de inverno partiam a amêndoa), em que ainda se come uma salada de azedas, a acompanhar um cabritinho mamão. Trás-os-Montes, antes do regresso da secura, que não tarda, e da aridez, está bonito. Chamam-lhe por lá, o beatério e afins, o mês de Maria. O mês de Maio. Perdoe-se à Maria pela beleza do Maio. Acocorado no silêncio, vou respeitar a vossa leitura. Carpe diem e que mao tse tung não vos povoe os sonhos. RR

domingo, maio 28, 2006

Visitem o Portal do Astrónomo


Reparem na beleza desta imagem. É fácil: visitem o portal do astrónomo.

Albergaria

quinta-feira, maio 25, 2006

Em especial para o Zé Albergaria: Mazzini - cidadão da Europa

Meu querido amigo, para ti, especialmente, extensível, no entanto, para todos.

Um site dedicado à figura de Giuseppe Mazzini

http://mazzini.2005.it/mostra.mazzini



criado por altura do bicentenário de Mazzini, com informações interessantes, reveladoras da projecção do pensamento deste revolucionário italiano

Alcino Pedrosa

Já agora: visitem os museus



Retrato de jovem mulher, c. 1525, de Bernardino Luini (c. 1485-1532), Óleo sobre madeira. Foto: © Pertencente à Colecção Rau, s/A, Cologne.




De 18 a 17 de Setembro, o Museu Nacional de Arte Antiga
expõe um conjunto de 95 pinturas seleccionadas a partir de uma grande colecção privada da segunda metade do século XX - a colecção do médico e filantropo Dr. Gustav Rau.
A exposição, agora apresentada, reúne um conjunto notável de obras dos séculos XV ao XVIII
, distribuídas pelas “escolas” italiana, flamenga, holandesa, alemã, francesa, espanhola e britânica.
Entre os nomes mais importantes representados, contam-se os de Fra Angelico, Bernardino Luini, António Solario, Canaletto, Van Goyen, Van Ruysdael, Fragonard, El Greco, Ribera, Reynolds e Gainsborough. A ver, obrigatoriamente
Alcino Pedrosa

quarta-feira, maio 24, 2006

Visitem os blogs...se fazem favor!


Roubado directamente ao Blog do Zé Pacheco Pereira, este belo exemplar do "fauvisme".

Façam favor de visitar muitos dos grandes e belos blogs que por aí existem


Albergaria

segunda-feira, maio 22, 2006

A propósito da "Romã"


Faz dias, participei num belissimo encontro, em que foi vedeta a romã e as suas multiplas simbologias.

Uma delas remete para a fertilidade. Mas, poucos o saberão, na Grécia antiquissima contava-se que Hades, irmão de Zeus, e Deus do reino das sombras raptou Core, a filha de Deméter e de Zeus (que a tinha violado tomando a forma dum touro e de quem teve aquela filha, dita a "jovem", Core). Deméter era a Deusa da fecundidade, da fertilidade e das searas de trigo.Hades levou Core, com ele, para o reino das sombras.

A história é longa, mas a instâncias de Deméter, que, entretanto, em protesto pelo rapto tinha abandonado o Olimpo e mantinha-se na terra, deixando-a seca e estéril.

Ajudada pela deusa Hécate, descobriu o paradeiro da luz dos seus olhos, Core ou, como mais tarde se chamaria - Perséfone.

Zeus propôs uma solução negociada, pois Core, Perséfone, durante a sua estadia no Hades, tinha comido - o que impossibilitava o seu regresso.

Só se podia escapar aos infernos se, durante a estadia, nada se ingerisse. E o que comeu Core? Nem mais: um bago de romã. A romã era o simbolo do casamento e, o facto de ela ter ingerido um bago de romã, significava isso mesmo: encontrava-se ligada ao seu esposo infernal, Hades.

O que se negociou então: Perséfone podia dividir o tempo entre sua mãe e seu marido. Segundo o acordo, Perséfone passava os seis meses, de Março a Setembro, os meses correspondentes à Primavera e ao Verão, com sua mãe Deméter, no Olimpo, cuidando da fertilidade da terra. Os outros seis meses, correspondentes ao Outono e ao Inverno - tornava para junto de Hades, seu infernal esposo.

J. Albergaria

Art. 1056º do Código Civil

Augusto Gil
[Porto, 1873-1929]


Art. 1056º do Código Civil

Oiça, vizinha: o melhor
É combinarmos o modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo

Passo os meus dias a vê-la
Bordar ao pé da sacada.
Não me tiro da janela,
Não leio, não faço nada…

O seu trabalho é mais brando,
Não lhe prende o pensamento,
Vai conversando, bordando,
E acirrando o meu tormento…

O meu não: abro um artigo
De lei, mas nunca o acabo,
Pois dou de cara consigo
E mando as leis ao diabo.

Ao diabo mando as leis
Com excepção dum artigo:
O mil e cinquenta e seis…
Quer conhecê-lo? Eu lhe digo:

«Casamento é um contrato
Perpétuo». Este adjectivo
Transmuda o mais lindo pacto
No assunto mais repulsivo.

«Perpétuo». Repare bem
Que artigo cheio de puas.
Ainda se não fosse além
Duma semana, ou de duas…

Olhe: tivesse eu mandato
De legislar e poria:
Casamento é um contrato
Duma hora – até um dia…

Mas não tenho. É pois melhor
Combinarmos algum modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo.

domingo, maio 21, 2006

Scolari


Da Agência Folha, em São Paulo, com data de 29-10-98



O técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, conhecido por seu jeito autoritário, elogiou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, preso em Londres, na Inglaterra.

Em entrevista à "Rádio Jovem Pan", de São Paulo, Scolari disse que "Pinochet fez muita coisa boa também". "Ajeitou muitas coisas lá (no Chile). O pessoal estava meio desajeitado. Ele pode ter feito uma ou outra retaliaçãozinha aqui e ali, mas fez muito mais do que não fez", afirmou o treinador.

Sobre os métodos do ex-ditador chileno, que resultaram em tortura e morte de milhares de pessoas, Scolari disse que "há determinados momentos que ou o pessoal se ajeita ou a anarquia toma conta".


Sem comentários!!!!

AP


sexta-feira, maio 19, 2006

Parabéns

Depois do encerramento abrupto do local de tertúlia, era do mais elementar bom senso mudar também o sítio da blogosfera em que nos movíamos. Mas para isso seria sempre necessário ter a iniciativa.

Parabéns, Insigne Académico, por teres passado à prática essa iniciativa.

Agora, cabe a cada um não deixar morrer a ideia.



António Moreira.

Bem vindos a bordo!

Caros companheiros e amigos,

Vamos dar inicio a um outro momento na blogesfera, recuperando a marca identitária, não só da Amadora, mas também doutro tempo de enorme grandeza da nossa História: a construção do Aqueduto das Águas Livres.

Como estamos, todos, à procura de ver crescer a nossa auto-estima de portugueses, filhos desta Pátria amada, parece-me que o nome escolhido, em Assembleia de locatários, se adequa, perfeitamente, a esta circunstância.

Um abraço e, uma vez mais, bem vindos a bordo!

J.Albergaria
e se fosse oval?