
Hoje, pela tarde velada
uma mulher, velha
foi cremada.
Há pouco, poucochinho,
nasceu um menino.
Os pais, premunidos
nomeram-no "Salvador"!
Desígnios (in)sensatos
carregam os nomes!
O poeta dixit:
-"Morrer é só deixar de ser visto."
Tempestiva exactidão
encerrou o poeta
nesta humana asserção!
A mulher cremada
que se foi
não mais será vista.
O "neno"
o nasciturno
será mostrado
redentor da humana espécie!
E assim figurámos
na morte
e no nascer,
o teatro do mundo
e da Humanidade!
Albergaria