Eu sabia do que falava/escrevia. Não me enganei.
Ultimamente, no Sorumbático, AB tem brindado os seus leitores/expectadores com alguma das suas obras.
Com a devida vénia ao autor e agradecimentos ao blogue onde ele se publica, aqui deixo uma visão, a preto & branco, duma realidade que bem conheço: o bairro 6 de maio, na freguesia da Damaia, na Amadora.
Esta fotografia remete-nos, "claramente", para as abordagens narrativas de R. Barthes na sua obra de referência "A Câmara Clara", sobre a fotografia como estética, memória, discurso e linguagem. Recordo-me bem dum dos conceitos bartiano aí expendidos: "punctum".
Repare-se que esta fotografia de A. Barreto se organiza, toda ela, em torno da figura humana (o punctum estruturador), apanhada em contra-luz e de quem não se consegue perceber os seus contornos singulares, que lhe atribuiriam uma "personalidade", um "nome", remetendo-a, assim, para um certo anonimato, uma não existência - que estigmatiza quase todos os habitantes do que hoje sobra deste bairro.
JA
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