sexta-feira, julho 11, 2008

GILGAMESH


A epopeia de Gilgamesh é o relato da história do rei de Uruk, uma das cidades-estado da Mesopotâmia, na qual ele terá construído os muros amuralhados de defesa e de suporte.
A lista Suméria dos seus Reis escrita no principio do 2.º milénio antes da nossa era distingue um período pré-histórico, anterior ao Dilúvio e um outro, histórico, que sucede ao cataclismo.
Naquela lista, Gilgamesh faz parte da primeira dinastia após o Dilúvio e reina em Uruk cerca de 2600 a.c.
Gilgamesh é um herói, mas, as mais das vezes, mesmo um anti-herói, que incarna a dimensão à vez trágica e ridícula do ser humano em demanda duma vida inacessível, desejando escapar à morte.
Esta epopeia, de Gilgamesh é, provavelmente, a obra literária mais antiga de que temos conhecimento. É um poema épico que deveria ter, na origem, mais de três mil versos. Conhecemos menos de dois terços da obra original, encontrados em tabuinhas de argila e em escrita cuneiforme. A versão ainda assim mais completa chega-nos através dos achados arqueológicos feitos no que terá sido a biblioteca de Assurbanipal (669-630 a.c.), redigidos em Acádico.
É um belíssima história que vale a pena ser lida. As aventuras de Gilgamesh e do seu amigo Enkidu; o terrível Humbaba, o ogre monstruoso guardião da floresta dos Cedros no Líbano; o Touro-Celeste e a Deusa Ishtar (das mais importantes do panteão Sumério).
Gilgamesh é, no principio do seu reinado, arbitrário, tirano, arrogante, mas, depois, sob a influência do seu duplo, Enkidu, torna-se sábio e bom. Vão á procura da "planta da vida"... Leiam que vale bem a pena.
Um pedaçito da epopeia, coisa pouca, para abrir o apetite de quem não conhece: "Para onde corres tu, Gilgamesh? A vida que tu persegues, não a encontrarás. Quando os deuses criaram a humanidade foi a morte que estes lhe reservaram! A imortalidade, essa, eles guardaram-na para si mesmos. Tu, Gilgamesh, que o teu ventre esteja sempre farto! Dia e noite, felicita-te! Em cada dia, goza-o! Dança e diverte-te! Que a tua bem amada tenha prazer em teus braços! Tal deve ser a ocupação dos homens."
JA


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