quinta-feira, julho 17, 2008

A. Teixeira e a metáfora da Torre de Pisa

Para mim, tudo bem.
Eu sempre gostei duma boa discussão...mesmo até duma má, que é o que esta está a tornar-se.
Vamos aos factos.
Eu, faz tempo, sou leitor diário do blogue de A. Teixeira, o Herdeiro de Aécio. O que tenho lido, ultimamente, nesse blogue tem sido do meu gosto, tem-me dado satisfação e muita, mesmo muita informação, de qualidade e rigorosa.
Espantou-me, pois, a pouca qualidade, a falta de rigor e um tom algo preconceituoso do poste o "Ego de César".
Eu posso dizer "mal" de tala ou tal pessoa, mas, habitualmente, sempre, argumento.
Não gosto de Manuel Alegre, mas não sendo preconceituoso - argumento.
Sou mais dado aos pré-socráticos, mas tal não me impede de, aqui ou acolá, acolher com bondade algumas políticas do eng-º Sócrates.
Agora, o A. Teixeira pega-me pela forma, gasta quase todos os adjectivos que se arremessam aos "inimigos" e tenta "assassinar-me" imputando-me um mau carácter e má educação... Oh, homem, benza-o deus e todos os santos e de todas as igrejas!
Eu, "casca grossa"?, "grandiloquente"?, "malcriado"?"vaidoso"?
Mas estou a ir na sua onda...que não leva a porto algum e, o que, verdadeiramente, importa (se isso lhe importar a si!) é a verdade.
Não sei quem é, nem isso lhe importa, porque você pede para ser avaliado pelos conteúdos dos seus postes. Foi o que tentei fazer e...você não gostou. Paciência.
Já comentei postes seus, pela positiva e até com sugestões...
O que me interessa não é agradar-lhe ou estar de acordo consigo.
Agora, para que saiba, não gosto que me insultem! É uma questão de família e de educação: não lhe parece?
Mas vamos ao que interessa.
Se, como diz, na metáfora de Pisa, não quis comentar o programa da Moura Pinheiro, sobre as similitudes entre a UE e o Império Romano ( e, eu, acredito...) - o que quis, então, fazer?!...
No poste " O Ego de César" falou da Moura Pinheiro, falou do Programa, em geral, falou daquele em concreto (referiu-se ao tema e a pouco mais), falou dos dois convidados. De um, o menos, mediático, disse bem; do outro, mais mediático, não só disse mal, como o tentou arrasar.
Denega-me a mim, A. Teixeira, o direito e a exigência, de discordar de si e de concluir, não expressamente, que a única coisa que você tentou fazer (naquele seu poste) foi um "assassinato de carácter" ao Professor Universitário José Medeiros Ferreira?
Argumente em contrário, se for capaz e se estiver, claro, interessado nisso.
Trocadilhos, salamaleques, ironia a roçar a maledicência, quem, na blogoesfera, não foi já acometido por essa doença infantil? Você, não? Sorte a sua.

E como você optou por me zurzir na forma, no tom, e partir de leituras da intertextualidade do meu poste, lá perdemos uma boa oportunidade, para uma boa discussão.

Eu tenho responsabilidades neste desfecho? Claro que sim, Sou quase neófito na blogoesfera. Isso faz de mim, por vezes, incompetente e canhestro, mas nunca "casca grossa".

Aceite, se quiser, os protestos da minha consideração pelo seu blogue e por, quase todos os postes que me foram dados ler no Herdeiro de Aécio,

José Albergaria


2 comentários:

A.Teixeira disse...

José Albergaria

Asseguro-lhe que, apesar do conteúdo deste seu poste ter sido muito mais contundente do que o anterior, me sinto muito mais confortável a responder-lhe nem que seja por me estar a tratar pelo meu próprio nome. Sobre as questões não enfáticas que colocou (a do assassinato de carácter de José Medeiros Ferreira e aquilo que pretendia com aquele poste) permita-me recordar-lhe que:

a) Alguém da produção do programa terá decidido previamente convidar o professor Medeiros Ferreira para o “Câmara Clara”. O professor Medeiros Ferreira terá tido toda a liberdade de aceitar ou recusar aquele convite, assim como de se preparar da forma que entendesse para ele
b) Assim sendo, foi de sua livre vontade que ele compareceu num programa público de televisão onde, na minha opinião, as coisas não lhe terão corrido lá muito bem, umas involuntárias (a troca do nome do seu parceiro de programa), outras bem voluntárias (a sugestão de leitura do seu último livro como livro “romano”)
c) Embora, neste último exemplo, eu não tivesse o descaramento para assim me promover naquelas circunstâncias, a todos assiste a liberdade de pensar doutra forma e, num sentido mais lato, de avaliar a prestação televisiva do professor José Medeiros Ferreira. Parece ser o seu caso, que gostou dela.
d) Sinceramente, tenho uma enorme dificuldade em perceber como uma crítica sarcástica e caricatural a uma prestação televisiva desastrada se equivalha a um “assassinato de carácter” (sic) de José Medeiros Ferreira. Ou o carácter dele é fraco (o que duvido) ou então – passe o sarcasmo – sou um “serial killer”…
e) Porque Medeiros Ferreira não é o único. Existe um leque alargado de figuras mediáticas que parecem ter perdido a proporção das suas limitações e que, pela “sede de aparecer”, se prestam a estas “figuras” em que aparecem em todo o lado a falar de tudo. Culpa delas, mas também de quem as convida…

E isto parece-me responder ao essencial das suas perguntas referentes às suas principais discordâncias com o meu poste inicial.

Que para as exprimir o José Albergaria comece por classificar o título do meu blogue de “algo pomposo” (que é), que descreva o meu relato do programa (o tal que nem fiz…) como lamentável, que passe a minha descrição das gaffes de Medeiros Ferreira por hilariante (até procurei que fosse, mas não no sentido em que as qualificou…), entre algumas outras “cortesias”, é que me pareceu um estilo de diálogo… um pouco abrasivo.

Acredito que a minha resposta também assim lhe tenha parecido.

De uma forma mais substantiva sobre o seu poste original, posso reafirmar-lhe que, globalmente, gostei do programa “Câmara Clara”, permita-me sugerir que uma melhor abordagem da questão técnica das diferentes perspectivas dos intervenientes numa batalha está contida na introdução de “O Rosto da Batalha” de John Keegan, dizer-lhe que preferiria guardar os adjectivos de enormes, entre os especialistas de História Romana, para nomes indiscutíveis como Theodor Mommsen ou A.H.M. Jones e manifestar-lhe a minha preocupação por considerar que aos 85 anos o professor Adriano Moreira ainda é o nosso melhor especialista em relações internacionais.

A.Teixeira

PS – Será abuso fazer-lhe notar que o meu nome está mal escrito no seu poste?

Aqueduto Livre disse...

A. Teixeira,

Já corrigi a gralha no titulo do poste.

Você insiste que o Medeiros Ferreia é especialista em "Civilização Romana"...mas não foi nessa qualidade que o homem foi convidado pela Moura Pinheiro!

Por mim, a conversa fica por aqui.

José Albergaria