sexta-feira, abril 25, 2008

E porque hoje é 25 de Abril: a liberdade de imprensa

A "revolução imperfeita" de Abril de 1974, incluiu vários direitos. Um deles, central, na nossa democracia liberal e ocidental, é o da LIBERDADE DE IMPRENSA.

O exercício desta liberdade (como o das outras correlativas...) trouxe quadros normativos, regulamentação e até a ERC (!...).

Os jornais, alguns, excederam-se e criaram para uso editorial próprio o chamado LIVRO DE ESTILO.

O Público é um destes matutinos que possui um LIVRO DE ESTILO e... desde 1997!

Na origem deste LIVRO estiveram o então Director, Vicente Jorge Silva e José Mário Costa a que se juntaram, mais tarde, Jorge Wemans e Nuno Pacheco. A actualização do Livro até à última versão de 2005, fez-se com o apport de jornalistas da casa e de especialistas convidados.

Mas o que me importa reler é o que diz o LIVRO sobre os colaboradores, nos quais se incluem vários NOMES importantes, e de diversas áreas de competência, com estatutos editoriais complexos e distintos.

Nessa lista de colaboradores inclui-se o nosso famoso (na actualidade, por más razões...) António Barreto. Passo a citar o Livro de Estilo, do capitúlo "Critérios, géneros e técnicas":

"6-Os espaços de opinião
a. Informação e opinião têm espaços claramente demarcados no PÚBLICO
b- A opinião em sintonia com a actualidade diária divide-se em três géneros: o editorial, assinado por elemento da Direcção editorial; o comentário, assinado por um director, editor ou jornalista; e a opinião, assinada por um convidado.
Estes três géneros têm como denominador comum a interpretação clara e incisiva dos factos e, naturalmente, a opinião do autor sobre a matéria em causa. Essa opinião deverá ser sempre fundamentada, não se inspirando em razões exteriores ao objecto do comentário. Não há quaisquer restrições ao teor das opiniões expressas desde que elas se enquadrem nos preceitos de isenção ética e rigor de escrita que identificam o estilo do PÚBLICO. A independência de espírito, a irreverência e o desassombro polémico são necessários à vitalidade do jornal, mas não é admissível a utilização de uma linguagem panfletária ou insultuosa."

Este tema é tratado, exaustivamente, no Livro de Estilo, mas, para o efeito esta parte é-nos suficiente de modo a enquadrar a gravidade da situação e a responsabilidade do Director do Público, JMF.

E mais não digo sobre esta polémica com AB, na qual o douto académico -se mantem silencioso e imune às injunções feitas de vários pontos, pessoas, quadrantes e sensibilidades político-ideológicas, para que se pronuncie sobre a "carta falsamente atribuida ao Presidente da Junta Governativa de Angola de Julho de 1974 a Janeiro de 1975, o Vice Almirante Rosa Coutinho").

Disse.

Zé Albergaria

NB - Viva o 25 de Abril de 1974 e os seus heróis, os trezentos oficiais do quadro permanente.

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